segunda-feira, 14 de novembro de 2016

isso que se insiste em não

o rio que corta teus lábios em poemas
as tempestades contidas do chão silêncio
nenhuma gota quebrada no asfalto de nossas vidas
[não mais]

a serpente da tua língua
envenenando seus próprios silêncios
nos meus

as cores escondidas em teias de aranha imaginárias
no que não se vem
dos teus pés
dos meus

sujos caminhos
sem você. sem mim

onde foram parar nossos retalhos
antes tão certos de nós?

o amor em rodas tribais
hoje tão invisíveis
que sem Nome
o amor em sorrisos por te ver
por me ver..
o abraço que não se foi ainda
desde que inventamos o tempo do nosso abraço

ainda há pelos
pelos nossos arrepios

onde escondemos o amor quando ele?

tenho as palavras como um destino
os poemas, como liberdade
y você como..

o azul
os dedos
as calcinhas esquecidas nos varais do mundo

e não quero mais
dormir
em torno disso que não é mais

o não café
o não abraço
o não encontro escorrendo sobre meus poemas
agora de outra
escorrendo também as nossas vidas

para onde vão os nãos, meu pai?

é bom lembrar para que você veio
o que foi bom
y o que também Te É

as tardes seguem silenciosas
gritando apenas desejos escondidos de te ver
nas nossas formas de silêncio também

os escuros se escurecem ainda mais
sem coragem de nós
desanimados
os cortes ainda sangram
agora sem arte
sem pintura
apenas el sangre roxo

o grito dos coágulos
escurecendo ainda mais de morte a nossa vida

porque até pode ser que não era você
até pode ser que não é você
e até pode ser que não seja

mas eu quero no que você Vem

porque eu sei a Tua Vinda
quando soube minha Ida
por ti
sob a Lua Branca

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