quinta-feira, 10 de novembro de 2016

carta a L. H. [que estas palavras te cheguem como um sopro]

L.,

você é como a chama de uma vela que acabei de soprar. viva dentro dos meus olhos. a distância nunca nostornará desconhecidas. com este amor que tenho por ti com teu nome alegria Alegria, somos duas-juntas. siempre.

sobre aquele áudio, antes que você me pergunte, eu estou viva. agora, como se estivesse dentro do que é fora, estou tentando congelar uma imagem que consegui roubar do tempo. uma imagem que refletisse o poder de um coração perdido em vermelhos, louco, em lembrança de outros corações do futuro. uma imagem do que dizem os silêncios quando estão sob as nuvens, ou nos espaços das gotas de chuva que ainda vai chover. ou mesmo no quebrar das ondas. ou mesmo essas ondas azuis que as vezes aparecem bem na frente dos meus olhos y eu desconfio que são sonidos. como a chama da vela ainda é você.

recebi sua carta. y confesso que tenho respondido você em muitos poemas. você falou sobre distâncias. o cálculo dos cegos.

uma imagem que nos distancia do próprio escuro é o que também venho falar. o espaço. há tanto espaço no que vejo, que ele quase não existe mais de tão pequeno. é como se dentro das cores tivessem mais do que aquelas cores que elas estão sendo. y acredito que seja o amor esbarrando pelas margens das coisas que não podemos ver, obrigando que encontremos o que É. é como un ejercício de Fé. é como aceitar convites para absurdos onde se pode morrer se não ensaiar suicídios. eu ensaiei um.. ella está volando aún por la ventana, porque es así mis poesías: todos estan siempre quase, no meio de, vivíssimas y locas. es cómo una lluvia de amor sobre nós, y não sabermos o que é. nós como portais, se protegendo com miedo. y es por eso que también te convido a no tener miedo. tenho saudade do som do seu sorriso. sei porque te mandei aquela mensagem aquele dia: a lembrança do que de nós foi é real.. y quero continuar mirandonos.

falo contigo disso, porque você entende o que o amor é em sua manifestação. soube cedo dentro de um quadro, as formas y as cores. y mesmo que tentemos carregar uma imagem que alcance o que amamos ou deixamos no a'mar, é só um lugar onde ele esteve em nós. y como vasculhas un "só" arrebatador.

y por isso também esses nós dissonantes, que permeiam o amor em escalas y graus, a fim de vivê-lo em êxtase espiritual ou deixá-lo ir, mas vivê-lo.  y ainda que conseguíssemos decifrar os graus zeros dos próprios graus que chegássemos, ainda teria um pedaço de escala vazia onde se propagam os infinitos.

lembro como tentávamos fazer do amor a métrica das nossas vertigens, y foi a nossa dança mais louca. porque o amor  nos sondaria milímetros de distância como tem sondado, ou nos colocaria perto, mas nos sondaria, estivéssemos onde estivéssemos neste desejo con él.

[ainda estaríamos tateando o nada?]

L., eu ouvi teus silêncios quando toquei seu rosto aquela noite. y eu poderia falar o que vi, mas também sei que você sempre soube o que vemos. y amo-a por esta cumplicidade silenciosa. somente com você, o silêncio se faz piano, como o som emitido por um mudo. ou como a tecla de joão carlos martins: superada. inteira. líquida. deslizante.
y como se estivéssemos sem blusa, peito aberto, dançássemos este silencioso segredo, o qual juntas estaríamos prontas para oír sem sofrimento.

quero dizer-te: é tão bom apenas podermos nos tocar silêncios y nos reconhecer. sinto como se estivéssemos de mãos dadas no porto da loucura, no momento exato em que se ouviu pela primeira vez Lícor.

eu te desejo dulcíssimas cerejas, y mesmo que eu entregasse para você a palavra amor, agora, que ela te chegue um sopro.. porque só o silêncio te contaria em mim com a dimensão do que o amor se manifesta por ti.

espero que os cálculos estejam cada vez mais de resultados amor, por aí.. y que te voem infinitos.

INFINITO

eu nunca amei assim
o que não é sequer de nome
amor

então espero que novembro chegue
e ainda não te traga
inteiro

que você venha com esses versos cortados
como a manhã também não vem toda
o sol todo lá longe,
como um raio
que você venha apenas um feixe

e que se confunda com peixe ou nada

mas que você venha isso que eu não sei
e que eu quero continuar
olhando


[P. Andreza]

un abrazo con todo el amor.

teamo,

P.,

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