domingo, 7 de agosto de 2016

proteção da vida

sabe quanta pólvora arranquei
da minha garganta
para que enfim você viesse,
Vida?

rasguei o fogo
a vertiginosa camada que duplica a chama
completei os acertos
me sucumbi em erros
para que enfim você viesse

engasguei o pó
salivei
me perdi

e agora que te encontro, vida
altiva. morta. muda.
completando meus nadas
 em alegrias
   tristes
em tristes alegrias

idas
vindas
pernas abertas
te escolho
passado presente futuro

solidão é tempo Vivo
e não importa se a mão do outro não está sob a minha..
a mão da vida está

suadas me entranho
ela me estranha
mas entra-me

e é só isso que quero
que me queime

esse ir e vir nas costas
unha dos ventos
cravando sexuais girassóis de sorriso

essa vida que restaura o nome a poesia os encontros as lacunas

esta vida que
Vida




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