tem gente que traz uns espaços pra gente dançar. barriga-palco. língua. costas ar, pra gente movimentar as danças indianas. tem gente que tem uns paços de poços passos nossos e a gente até navega sem saber nadar. porque também o outro sabe isso que a gente nunca saberá quanto nós. tem coisa que só o outro É. eu quanto outra fui.. ventania tempestada alagadora. funda do mais fundo céu que todas as asas podiam alcançar até de encontro outra coisa que não céu. que não seu mais. que não meu você. outra coisa isso de olhos fechados. outro amor. outra matéria. magmáticos. superfáticos. galáticos como primeiros e últimos, sem nunca NADA. e sempre acompanhado disso que é sorriso fincado e ido. disso que é mistério refletido no amor que não foi dado, porque sempre sempre sempre de outro. sempre não encontrado. sempre perdido. porque perder-se é o caminho do amor. e quando encontrado, encontrar outro mais e mais do mesmo que ele foi e que ele é. sendo. sem ar. derramado nele mesmo. nunca mesmo que o alcanço. então jogo o lenço da montanha de nós, nos cubro, nos beijo. nos expulso como um destino-expulsão. porque amor precisa chegar. e ele chega assim sem chegar nunca. caminhando no que a gente arrepia. no que a gente quer. no que a gente profana. no que a gente chora. no que a gente abraça beija de língua e sem. mas com os lábios inteiros e a mordida dele. as unhas lascadas dele. as pernas as coxas compressas do desejo.
amor
o que nunca finda no corpo
nunca encontro
por isso também a gente nesse em si
abraçando agoras
como se abraçando
o que um dia foi quase...
no arrepio profundo
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