segunda-feira, 15 de agosto de 2016

nada

veio como quem vem com asas
na boca

me entregou voos
sorrisos
mordidas raras de seus leõs deserticos

e me pulsou a fera
ferida antiga de mil e uma posições
diferentes
cama florestal
folhas secas embebidas de nós

veio como quem vem
leoa
maduras asas na boca
e um corpo

eu serpente de asas

por muito tempo
não sabíamos nosso nome animal

e éramos
o que se é quando o amor existe: o escuro claro do sem nome

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