segunda-feira, 5 de setembro de 2016

petit mort

também sou puta vadia. sem promessa presa à boca. promessa presa no ventre. promessa prometida ao vento. então também vou dar. porque dei para a vida, as outras vidas. morri, voltei, porta aberta para isso que é promessa dela. para isso que se apresenta desejo. carnoso. encontro. passagem. travessia. deserto. então eu disse "tomame" vida. e ela veio mãos peitos bocas olhos me encarando de frente. curando. eu gosto. além de puta, sou poeta. não tenho nãos encalhados na boca ou nas saias. eu vou mesmo. meto a cara no vento de mim. transmuto. porque o que o vento sabe bem é não ser, e talvez nisso mais magistral sendo. talvez por isso também um lindo nada estampado no nome. atordoado. cruzando invizíveis e talvez até rezando. talvez. tenho sonhos. e eles não têm o tamanho da minha Fé.. por isso são sonhos, porque minha fé está aqui nisso em que me estou viva ou vivendo. e eu até queria dar pra ela também a promessa da fé. disso que se sonha inatingível. mas não consegui o amor a tempo. então que muitos beijos roubados. muitas curvas nisso que é estar-de-olhos-fechados com outrx. e foi um tempo de..

- petite mort..

e metia a língua na minha para saber se

- o que?
- petite mort, já ouviu falar?
- não

e agora toda ela inventada no meu desejo de

- assim?
- isso!!!

- petit mort?
- é. isso. petite. você viu?
- eu vi

agora eu arranquei da língua la double mort.

- tá vendo? é disso que se fala amor também
- sabe. não sei. vamos dormir?
- vamos

e cada uma virou pro seu lado, porque algumas mortes não conseguem ser abraçadas enquanto dormem.

do sonho: eu não sou.. ops: não sei

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