quarta-feira, 18 de outubro de 2017

memória futura

quando eu era pequena,
não acreditava em rio
nunca tinha visto um rio,
isso que corre suave
liquidez de cauda escura
superfície de som que nasce das bordas
mas eu acreditava em subterrâneo
sempre fui boa em nomear segredos
desde pequena
sempre acreditei
naquele que vem depois do que veio
foi então que comecei com um sentimento de Fé
e a Fé brinca,
nunca esconde
ela chega como um vale de borboletas se formando
em infinitas cores
então eu levo a sério tudo o que me acontece depois da Fé,
como o seu sorriso
ou o corte impreciso dos teus lábios
porque tua boca eu nomeei
rio
y seria bobo não revelar que eu já estava molhada de você,
antes de você chegar
só que agora você veio
por isso eu quero te viver em quandos
porque mesmo que eu tenha crescido
y não saiba ainda o que é rio
hoje eu acredito nele
em você
y é irreversível
o que vem depois da Fé

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