estive pensando o tempo que se pode ficar em volta de um cadáver. alguns pensamentos são como mortos, voltam para nos assombrar em nossa mínima existência. são pensamento que jamais teríamos se fôssemos outro. y que talvez só pudesse esse agora abraçar sua completude.
há um momento exato de estar sendo algo extraordinário de nós mesmos, que geralmente não percebemos. y fico me perguntando onde foi ou como foi, ou quando foi que perdemos o nosso maravilhamento.
estive pensando. tantas mortes na pele. no não abraço, no não dito. no não! tenho pavor de nãos. ao mesmo tempo que tenho pavor me coloco diante dele com o que ele é: não. então ficou difícil raciocinar algo minimamente sincero. foi então que tive contato com outra parte da história do pensamento: os sentidos. senti um cheiro de chumbo, eu que nem sei se chumbo tem cheiro forte, ácido ou..
como que empoderando-se de si mesmo, feminino ou sorrateiro, de vulcânico! estendi meus olhos com um sentir que sequer parecia meu: era um portal de vento.. corrente onde se pode tudo, inclusive nada. aí fiquei olhando, descansando o olhar sobre o não. os nadas dos nãos.
aí eu voltei um pouco, procurei uma palavra que se parecia com desejo. olhei para a palavra desejo y tentei entender o não desejo.
esse é o tempo de contemplar mortos: o seu contrário. foi então que me percebi cheia de vida. seguindo sorrisos, seguindo almas com corpos y danças. foi então que dei ao tempo o nome de contrário. só que quando o tempo vem com morte no meio [y o mais incrível é que ele sempre vem..] ele parece eterno.
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