quinta-feira, 5 de outubro de 2017

clitoria I

tem a pele de nuvem seca
recem nascida

descuida y bruta
como o vento queimado de sol

asas de serpente

tem um buraco feito de pau
sem fome
na frente

o buraco
relicário de versos:
líquido quente
furacão
língua cadente
dedos de mãos

um buraco feito mar,
que não enche

dizem que se olhar o buraco de perto
como quem olha por uma fechadura
ele dá
no outro lado

outro lado do que é nada

y faz rezar

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