terça-feira, 11 de julho de 2017

poema 7

estive olhando escuros

olhando onde a pedra é pedra
onde a pedra não é mais
onde ela já foi
onde pode ser

estive olhando escuros
no aquário
onde o peixe y sua boca
onde as conchas
onde as serpentes nascem antes de atacar a fome

de todas as fomes, estive olhando os escuros
do escuro olhei o escuro

metálico, líquido,
esquizoventoso

nem bem olhei, já era outro
pedindo nome
] imensidão [

eu estava vestida de um escuro vermelho
um vestido escuro vermelho
escuro vermelha
segurei a barra vermelha [escura]
pedi pra ele entrar

agora só germino

são infinitos esses escuros
no meio das penas

aí eu voei,
porque do escuro eu só quero o escuro,
y tudo que é asa, que é dentro fora
meio
vestido
é só isso que é

escuro é sempre outro

Nenhum comentário:

Postar um comentário