quarta-feira, 26 de julho de 2017

luz

eu te chamei duas vezes

você não me dizia nada

eu senti:
duas vezes você apertou minha mão
duas silenciosas vezes
y uma terceira você
me beijou

eu não sou guardiã,
eu sou gente

mordo
lambo
danço
guardo
escrevo
faço careta
piruetas
y também nada
eu faço muito bem
nada

enquanto aprendo
silenciosa
a literatura das tuas mãos
y parece que estou mesmo a fazer
tudo

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