a primeira vez que fiz amor
ela meteu a caneta azul
na minha
jugular
é coisa séria
passei três dias
bebendo uma tinta amarga
de poesia
até ela estourar
delicadamente uma tempestade de
era saudade
desejo
lonjuras
era tudo tudo o que não sei
separadas
depois de três dias
ela voltou
lambeu o que escorria
da minha boca
chupou meus dedos mudos
manchados ainda daqueles nadas
de tinta seca
em mim
o amar começou assim
um poema absurdo
que estourou
no meio da vida
Nenhum comentário:
Postar um comentário