segunda-feira, 5 de junho de 2017

vieste

vieste me encontrar
onde o fio da vida é porto
dum logradouro de abandonos

todas casas desertas
o canto das paredes habitado de loucuras

amor ou outro rondando o amor que é
amar

y porque vieste de novo onde me acenou
um dia
os versos do teu nome se..me escapam

só através do espelho
enlouqueço essa voz que sussurra o espelhar maldito do teu nome

não tem nada mais, lá
entre as janelas
além daqueles eternos invisíveis

bendito seja também o teu nome maldito

voltei onde me acenas
porque nunca fui
y num que fui pássaro - dessas noites em que não se sabe [nadar]
desses dias em que não se sabe
nada
nada
y se voa de Fé

num então de de.novo,
porque vieste tropeçoso entre meus pedregulhos
y ainda assim insistente
me indicou o corrimão
da aurora dos silêncios

acenosa, à margem em que volto
ou vou [não sei]

eu te ofereço parte
do que em mim é margem
em que me esqueço

eu te ofereço
minha partida mais chegada

eu te ofereço uma altura que não sei
de fé

vieste

[com amor, para walmir ayala]

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