inverno,
primeiro despertar
desta noite longa.
trocou voos com o desejo, passarinha?
chamou-o de aberto
daí fechou os olhos
y abriu as asas pra dentro:
sem amor
mais uma noite em que não se reconhece
mastigou alguns vazios
de libedade
guardou as asas
y dormiu com apenas algumas doses de desejo para comer depois
esse desejo que pinga do corpo
esse desejo suor
carne
espinho
ferradura
arraias de sons miúdos
traqueias furadas
ouvindo o próprio som de quase morte
som sonífero que toca os ouvidos
y só os ouvidos y algumas concretudes do pensamento
que não perfura a própria voz
que não silencia silencios
barulhosos
que não traz sons de galáxias antigas de sorrisos
mas traz o som da vida
pacatos desejos
era isso
apenas a superfície de gelo
ancorada no desejo (hilda)
y porque não acreditava no amor,
começou acreditar em pássaros
essa ideia
y só ideia
de liberdade
porque a verdadeira liberdade, se existe,
está em algum lugar
de Amar,
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