quinta-feira, 16 de novembro de 2017

poeta

o poeta se me
escreve
c
om a língua
em minha boca
traduz saliva
passeia canteiros
relvas
ataca minha fome
o poeta
dança silêncio
quando eu sou eterna
melancolia
o poeta
rasteja, feito serpente

no meu olvido
se abre em asas
no meu sexo
o poeta tem caligrafia de garrafa
daquelas que nunca se lê
jogada ao mar
ele tem raízes fortes
mas nada que nossas mãos juntas
nao possa plantar de novo y de novo
y.
o poeta tem um verso escondido
daqueles que não se esconde a dor
das asas
o poeta é ela..
porta aberta para delirios
com cheiro aberto
de Fé
loba uivante
quando o meu nome
nua

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