o poeta se me
escreve
com a língua
escreve
com a língua
em minha boca
traduz saliva
passeia canteiros
relvas
traduz saliva
passeia canteiros
relvas
ataca minha fome
o poeta
o poeta
dança silêncio
quando eu sou eterna
melancolia
quando eu sou eterna
melancolia
o poeta
rasteja, feito serpente
no meu olvido
rasteja, feito serpente
no meu olvido
se abre em asas
no meu sexo
no meu sexo
o poeta tem caligrafia de garrafa
daquelas que nunca se lê
jogada ao mar
daquelas que nunca se lê
jogada ao mar
ele tem raízes fortes
mas nada que nossas mãos juntas
nao possa plantar de novo y de novo
mas nada que nossas mãos juntas
nao possa plantar de novo y de novo
y.
o poeta tem um verso escondido
daqueles que não se esconde a dor
das asas
daqueles que não se esconde a dor
das asas
o poeta é ela..
porta aberta para delirios
com cheiro aberto
de Fé
com cheiro aberto
de Fé
loba uivante
quando o meu nome
nua
quando o meu nome
nua
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