domingo, 12 de novembro de 2017

aqui

agora esse gosto de
mar aqui
fazendo sentido na minha boca

eu
chuva eterna
passado de rio
contrariada
que não era dada a matéria da forma
enclausurada na boca da fome

eu que nunca escolhi ser rio
ou peixe
ou mar
ou nada

que me esqueci num desses vagões de ser
que me tranquei no invisível
me podei no meio de algo que não é
entranhei no corpo do sem nome
para caso você nunca chegasse

então eu te vi
num desses lugares de não te encontrar
então se faz um tempo fascinação
de bocas
seios y entranhas

coisas que não consigo mais falar

de silêncio y amor

onde fechamos os olhos
y somos




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