segunda-feira, 4 de setembro de 2017

ponte

eu te olhei de novo

essa travessia
carrega um tornado
entre as entranhas
da ponte

a travessia desse desejo
tua língua cifrada dançando ondas

a espera desesperada

tuas mãos a me escrever
méxicos

uma curva em 
           s
nas tuas costas
me dizendo que no chile
fará sol

o batom vermelho
depositado num poema

teu nome deslizando
)todotempo(
nos meus dias

penso a travessia
como as nuvens dissolvidas
na minha boca,
tuas viagens em mim

meu cabelo molhado
o banho da olívia
tuas mãos com anel
de chiclé

as palavras sem nome
com que busco todos os dias
em mim
o teu nome

travessia travessia,
um lugar nenhum
imensidão
um lugar nenhum
onde você mora
macieira 
morangos
colibris
cascatas

os poemas
essa morada
em 9

a tua eterna voz
nos sons da vida

por que você nunca vem
quando te espero?

vens sempre
terremoto
tornada
invasão

de passagens
compradas

vem toda sendo
esse vulcão que já tenho
há tanto tempo no peito

esse meio
onde eu paro
y não quero saber
nunca mais de início ou fim

uma travessia abandonada,
em amar

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