no amor
que não me sentia como num aquário
pássaro de mim que sou,
fui à tua janela
a mesma janela onde
de longe podia se ver
o dourado das tuas asas
nem seca nem molhadas
demais
para viver um encontro
foi a primeira vez que
voei junto de verdade
da sua janela
olhamos para baixo
o molhado das asas
já pesando
y o mundo parecia inteiro
mesmo os voos se desfazendo
em te olhar
em te beijar
em ficar
porque ficar junto
é um eterno molhar-se
então, pingando
eu tinha que ir embora
também é de secura a vida dos
pássaros
encharcado,
o pássaro gira
em volta do seu cadáver
y essa é uma história feliz
de duas vivas asas
refletidas em outras duas
partindo
de sua morte
deixando feliz
as xícaras abraçadas na janela
enquanto se voa
y talvez volte
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