quarta-feira, 23 de agosto de 2017

do quando escorpião

o que faço
com esse escorpião alojado
na garganta?

 te escrevo poemas
sem futuro,

penso montanhas
pomba gira

tua pele nos ferrões
dos meus versos

você nua,
a tecer demônios
sobre mim

implorando que eu pare
enquanto,
escreve mais um poema
onde eu morro
nos teus braços

você debruçada
sobre minha garganta,
chupando
como quem contem meus venenos

 por cima,
chupando
enquanto

louca,
me esqueço


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