se eu disser que não te amo
meu coração acelera
em espanhol
em hebraico
em japonês
em polonês
porque se eu disser que não te amo
eu falo desta
vida
y ela nos separa
continental,
meus pés pisam poças
de agora
enquanto tua blusa
avoa no
varal das nossas vidas
quarta-feira, 30 de agosto de 2017
la double vie
tatear
o escuro
y de escuro em escuro
encontrar a luz
escura
o escuro
y de escuro em escuro
encontrar a luz
escura
tatear a luz
de luz em luz
encontrar a escura
luz
de luz em luz
encontrar a escura
luz
nodo
era ela a mais nua
que havia
tocado
que havia
tocado
vestia uma capa
invisível
vermelha
invisível
vermelha
por isso a mais difícil
de todas as nudezes
de todas as nudezes
porque invisível
porque vermelha
porque vermelha
segunda-feira, 28 de agosto de 2017
a mulher de olhos germinantes
ela tinha um girassol
nascendo
na íris
toda vez que chorava,
regava
os médicos diziam que
não demoraria muito
até tudo estourar
y seu mundo virar
Flor
nascendo
na íris
toda vez que chorava,
regava
os médicos diziam que
não demoraria muito
até tudo estourar
y seu mundo virar
Flor
domingo, 27 de agosto de 2017
quarta-feira, 23 de agosto de 2017
do quando escorpião
o que faço
com esse escorpião alojado
na garganta?
te escrevo poemas
sem futuro,
penso montanhas
pomba gira
tua pele nos ferrões
dos meus versos
você nua,
a tecer demônios
sobre mim
implorando que eu pare
enquanto,
escreve mais um poema
onde eu morro
nos teus braços
você debruçada
sobre minha garganta,
chupando
como quem contem meus venenos
por cima,
chupando
enquanto
louca,
me esqueço
com esse escorpião alojado
na garganta?
te escrevo poemas
sem futuro,
penso montanhas
pomba gira
tua pele nos ferrões
dos meus versos
você nua,
a tecer demônios
sobre mim
implorando que eu pare
enquanto,
escreve mais um poema
onde eu morro
nos teus braços
você debruçada
sobre minha garganta,
chupando
como quem contem meus venenos
por cima,
chupando
enquanto
louca,
me esqueço
Carta a S.
S.,
a nossa história não te parece de vidro demais? a tua presença no que sinto, os teus traços, tua voz, tua melancolia.. S, se eu posso desejar algo como desejo, eu quero estar no mágico lugar das tuas pernas. este espaço onde movimenta perna por perna. este espaço onde cantas violeta parra y me dança. esse lugar onde moram os passos do som elétrico do teu sorriso. Sabe, S.' eu sonhei com você y acordei triste. a tua ausência me dói como um livro nunca escrito. a tua ausência me dói como algo feliz nunca vivido. y se fossemos felizes apenas por sentir, então certamente eu seria a mais feliz das histórias de felicidade. mas eu sou apenas alguém com Fé. y lo que más me alimenta hoy es tener fé en tu sonrisa. sei que tus lábios se cortam em outro sei que tuas mãos escriben sobre solidão também. y porque tus manos estan locas de solidão é que te escrevo estas palavras. porque me reconheço em você. hoje quero nos permitir estarmos triste. quero que o sol rasgue y que não queiramos levantar para ver o dia. quero que as flores nasçam bem longe. porque longe me parece o amor. essas vidraças embaçadas da tua janela. a porta fechada. y tudo parece lugar aberto de temporais. então de novo: não te parece de vidro fino os nossos nomes encontrados?
tem algo entre nós que não suporto. algo que não consigo alcançar nas palavras. algo de infinito. saberiamos pensar o inimaginável? as mãos sobre a neve, teus pés afundabdo passos no gelo. vinhos borrando ainda mais o teu sorriso sobre o meu. eu falo de um canto presente. um lugar onde peço o salto.. ou uma fresta para que eu salte.
há pequenos cacos que sabemos onde não pisar y permanecer vivas. você me conhece. traçou poemas sobre meus sonhos. meteu a língua no meu peito.. derrubou minhas armaduras quando sequer sabia que as tinha.. você dançou sob o lenço vermelho y o envolveu sobre teu corpo suado de me dançar. você me convidou.. existe tanto passado que os vidros me confundem em dor. por isso, S., preciso do teu voo futuro, ou a promessa incerta de que não há futuro. mas eu preciso que você me mande parar de te olhar. porque da onde estou
eu não quero
conseguir
parar
da onde Sou,
você é poema
onde cada verso meu,
te danço
com amor,
P.
tem algo entre nós que não suporto. algo que não consigo alcançar nas palavras. algo de infinito. saberiamos pensar o inimaginável? as mãos sobre a neve, teus pés afundabdo passos no gelo. vinhos borrando ainda mais o teu sorriso sobre o meu. eu falo de um canto presente. um lugar onde peço o salto.. ou uma fresta para que eu salte.
há pequenos cacos que sabemos onde não pisar y permanecer vivas. você me conhece. traçou poemas sobre meus sonhos. meteu a língua no meu peito.. derrubou minhas armaduras quando sequer sabia que as tinha.. você dançou sob o lenço vermelho y o envolveu sobre teu corpo suado de me dançar. você me convidou.. existe tanto passado que os vidros me confundem em dor. por isso, S., preciso do teu voo futuro, ou a promessa incerta de que não há futuro. mas eu preciso que você me mande parar de te olhar. porque da onde estou
eu não quero
conseguir
parar
da onde Sou,
você é poema
onde cada verso meu,
te danço
com amor,
P.
enquanto você não chega
enquanto você não chega
as chuvas percorrem
o varal do meu corpo
penduradas,
as calcinha de fio
y dentais
vermelhas
amarelas
cor-de-pele de você chegar
enquanto você não chega,
me banho florais
aromas da tua ausência
enquanto você não chega,
visto o casaco
troco os vestidos
invento vozes para personagens
de livro
me reinvento poema
mudo seu nome
salto o escuro das presenças
para me lembrar da
tua ausência
porque enquanto você
não vem
tudo y todos
eus
estamos de passagem
pingando,
melancólicas vestes
da nudez que se esconde
nos varais
as chuvas percorrem
o varal do meu corpo
penduradas,
as calcinha de fio
y dentais
vermelhas
amarelas
cor-de-pele de você chegar
enquanto você não chega,
me banho florais
aromas da tua ausência
enquanto você não chega,
visto o casaco
troco os vestidos
invento vozes para personagens
de livro
me reinvento poema
mudo seu nome
salto o escuro das presenças
para me lembrar da
tua ausência
porque enquanto você
não vem
tudo y todos
eus
estamos de passagem
pingando,
melancólicas vestes
da nudez que se esconde
nos varais
pleno voo
foi a primeira vez
no amor
que não me sentia como num aquário
pássaro de mim que sou,
fui à tua janela
a mesma janela onde
de longe podia se ver
o dourado das tuas asas
nem seca nem molhadas
demais
para viver um encontro
foi a primeira vez que
voei junto de verdade
da sua janela
olhamos para baixo
o molhado das asas
já pesando
y o mundo parecia inteiro
mesmo os voos se desfazendo
em te olhar
em te beijar
em ficar
porque ficar junto
é um eterno molhar-se
então, pingando
eu tinha que ir embora
também é de secura a vida dos
pássaros
encharcado,
o pássaro gira
em volta do seu cadáver
y essa é uma história feliz
de duas vivas asas
refletidas em outras duas
partindo
de sua morte
deixando feliz
as xícaras abraçadas na janela
enquanto se voa
y talvez volte
segunda-feira, 21 de agosto de 2017
do silêncio dos sons
sentada de novo
sob a chuva do meu quarto
o tempo é só o tempo
quando se esticam métricas y métricas
de sonidos líquidos
sobre a cama
meus pés estão encharcados
de chover no meu lençol
a tua
ausência
cerro os olhos,
posso ouvir sorrisos no quartzo
miro os olhos nos quadros do meu quarto
miro as distâncias
y choro
o tempo sabe que não é só de mim
que chovo
a vida tem sons
ressonância de imagem
o som dos olhos do elvis
o som da tesoura do edward
miro a Dama da Justiça
y ouço o som de sua espada
os livros na estante me lembram deus
bocas
abraços
ausências
demora um tempo até
ouvirmos
te amo de novo
sob o silêncio
uma mulher serpente senta sobre si mesma
y começa a se tocar
então o som da chuva
o som molhado da tua ausência
o som poético da tua presença
o som da liberdade
de estarmos separadas
talvez por isso o sol nasce
as flores colorem
os sorrisos acontecem
as mulheres y serpentes
a vida tem tanta promessa
escondida sob os silêncios
cerro os olhos de novo y de novo
para falar de um tempo
Terra
um tempo onde nada acontece,
possível de tudo
um tempo que cobra ligaduras
um tempo que germina imensidões
um tempo que cria infinitos
um tempo que rasga
o que nasce
movimento meus dedos numa dança
secreta
entre marrons que me escapam
chove no meu quarto
este barulho que ouço ao som de silêncio
barulho com que troco
meus silêncios
sob a chuva do meu quarto
o tempo é só o tempo
quando se esticam métricas y métricas
de sonidos líquidos
sobre a cama
meus pés estão encharcados
de chover no meu lençol
a tua
ausência
cerro os olhos,
posso ouvir sorrisos no quartzo
miro os olhos nos quadros do meu quarto
miro as distâncias
y choro
o tempo sabe que não é só de mim
que chovo
a vida tem sons
ressonância de imagem
o som dos olhos do elvis
o som da tesoura do edward
miro a Dama da Justiça
y ouço o som de sua espada
os livros na estante me lembram deus
bocas
abraços
ausências
demora um tempo até
ouvirmos
te amo de novo
sob o silêncio
uma mulher serpente senta sobre si mesma
y começa a se tocar
então o som da chuva
o som molhado da tua ausência
o som poético da tua presença
o som da liberdade
de estarmos separadas
talvez por isso o sol nasce
as flores colorem
os sorrisos acontecem
as mulheres y serpentes
a vida tem tanta promessa
escondida sob os silêncios
cerro os olhos de novo y de novo
para falar de um tempo
Terra
um tempo onde nada acontece,
possível de tudo
um tempo que cobra ligaduras
um tempo que germina imensidões
um tempo que cria infinitos
um tempo que rasga
o que nasce
movimento meus dedos numa dança
secreta
entre marrons que me escapam
chove no meu quarto
este barulho que ouço ao som de silêncio
barulho com que troco
meus silêncios
promessa
vejo o meu corpo-ilha
estendido sobre a mudez
das horas
se eu disser que ainda
teamo
tu me verias inteira,
sem memória?
que há sobre o reflexo
dos segundos
uma vontade
uma saudade
uma volta
inteira entre um segundo y outro
o teu nome
mesmo sem te precisar
se eu disser que ainda,
o que?
você faria..
estendido sobre a mudez
das horas
se eu disser que ainda
teamo
tu me verias inteira,
sem memória?
que há sobre o reflexo
dos segundos
uma vontade
uma saudade
uma volta
inteira entre um segundo y outro
o teu nome
mesmo sem te precisar
se eu disser que ainda,
o que?
você faria..
quinta-feira, 17 de agosto de 2017
da poesia
se movia
poema sobre mim
as pernas de galhos frescos
se voando sobre as minhas
os dedos de gota
chuvosos sobre meu ventre
aquela sempre
margarida na boca
y aquele aquario nos olhos?
eu que sempre fui trapezista
demais
para caber em aquário
fui cabendo
me cavou uma liberdade no sorriso
y eu fui cabendo
mesmo que a gente sempre
vá embora
porque é isso que um poema faz
ele vem
mas VEM mesmo
pra ir embora
poema sobre mim
as pernas de galhos frescos
se voando sobre as minhas
os dedos de gota
chuvosos sobre meu ventre
aquela sempre
margarida na boca
y aquele aquario nos olhos?
eu que sempre fui trapezista
demais
para caber em aquário
fui cabendo
me cavou uma liberdade no sorriso
y eu fui cabendo
mesmo que a gente sempre
vá embora
porque é isso que um poema faz
ele vem
mas VEM mesmo
pra ir embora
terça-feira, 15 de agosto de 2017
saturnica
lembrar os espaços da cama
onde um chocolate
ou outro
derretia
antes de ser devorado
por dois
sorrisos
lembrar o dia que nossos sorrisos
se devoravam um ao outro
lembrar da sua mão sobre o meu corpo
em Fé
lembrar um tempo
um tempo de Fé
sexta-feira, 11 de agosto de 2017
agosto
ontem choveu no meu quarto bem no meio de um incêndio. eu metia meus dedos para conter o fogo y nada de você se afogar. nada de você apagar
choveu porque eu chovia
o fogo
o tempo das chamas
choveu
granizo
chuva daquelas que machucam
enquanto se está nela
choveu
era você em mim,
no que eu nunca mais havia encontrado
foi um sonho
daqueles que se acorda depois do ponto alto
de um trovão
sem saber o nome
choveu porque eu chovia
o fogo
o tempo das chamas
choveu
granizo
chuva daquelas que machucam
enquanto se está nela
choveu
era você em mim,
no que eu nunca mais havia encontrado
foi um sonho
daqueles que se acorda depois do ponto alto
de um trovão
sem saber o nome
segunda-feira, 7 de agosto de 2017
um poema meio puto
entrego tudo num poema
meus dedos
minha língua
meus joelhos
meus olhos fechados
no poema é possível
encontrar segredos
no depois
algo nunca escrito
ou revelado
[ algo possível de sentir ]
sem pensar,
sem criar
algo de verdade
de antes agora ou depois
depende do poema sem tempo
que vier
nunca quis guardar segredos
no poema
porque se existe mesmo epifanias
ela está logo no
depois de um verso
onde a mudez se instala,
corriqueira,
como se não fosse
é como o amor,
corriqueiro,
ele transcende
enquanto a gente enfia a mão por dentro
da blusa
y busca o bico marro
da vida
meus dedos
minha língua
meus joelhos
meus olhos fechados
no poema é possível
encontrar segredos
no depois
algo nunca escrito
ou revelado
[ algo possível de sentir ]
sem pensar,
sem criar
algo de verdade
de antes agora ou depois
depende do poema sem tempo
que vier
nunca quis guardar segredos
no poema
porque se existe mesmo epifanias
ela está logo no
depois de um verso
onde a mudez se instala,
corriqueira,
como se não fosse
é como o amor,
corriqueiro,
ele transcende
enquanto a gente enfia a mão por dentro
da blusa
y busca o bico marro
da vida
domingo, 6 de agosto de 2017
lateral
queixo
jeitos
curvas
peitos volumosos
derramados sobre os meus
também cheios de
uma pinta lateral,
porque não podia ser apenas
então era uma pinta
lateral
linda
que eu beijava y beijava y beijava
tinha a fome
tanta fome
fome de dedos
de unhas
de bocas y bocetas
tinha fome de águas
de aquários
de trapézio
de profano
[às vezes de sagrado]
tinha fome de trapezista
y eu já disse que o que me faz te Amar
é o sem tamanho da
fome?
então era um amor lateral,
daqueles de qualquer lateral
de qualquer
sem lugar
era uma amor quase
inventado
poético
alucinado
um amor borda
um amor indo
embora
múltiplo, inteiro
todo ido
embora
era o amor,
lateral de um beijo molhado
o amor feito um choque
o frizzzzz
a luz no seu quando
rasgando escuros
era o amor
com um nome [de novo]
no meio
como aquele Todo que não se sabe
D'le
jeitos
curvas
peitos volumosos
derramados sobre os meus
também cheios de
uma pinta lateral,
porque não podia ser apenas
então era uma pinta
lateral
linda
que eu beijava y beijava y beijava
tinha a fome
tanta fome
fome de dedos
de unhas
de bocas y bocetas
tinha fome de águas
de aquários
de trapézio
de profano
[às vezes de sagrado]
tinha fome de trapezista
y eu já disse que o que me faz te Amar
é o sem tamanho da
fome?
então era um amor lateral,
daqueles de qualquer lateral
de qualquer
sem lugar
era uma amor quase
inventado
poético
alucinado
um amor borda
um amor indo
embora
múltiplo, inteiro
todo ido
embora
era o amor,
lateral de um beijo molhado
o amor feito um choque
o frizzzzz
a luz no seu quando
rasgando escuros
era o amor
com um nome [de novo]
no meio
como aquele Todo que não se sabe
D'le
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