domingo, 16 de abril de 2017

passarinhas

chove no meu quarto
[faz tempo]
agora os teus olhos fechados
nos meus
tuas mãos enlaçadas
nas minhas

esse desejo de te invadir além do corpo
o escuro encontro das nossas asas
sempre abertas
sob a chuva das horas

porque faz tempo que chove no meu quarto
a sua presença

[quando você chegou
a janela já estava aberta
de sol de lua
de colibris]

você pousou
a boca, os olhos os pés-em-asas
os caminhos de céu
desde o primeiro dia que nós...

quando você chegou
eu cheguei
y éramos Toda Lugar
moradas

aí você entrou
fora
eu corri pra fora-
y te vi dentro

y peço que fiques
onde não estou.
onde não estás
onde nós
                sendo...

[voando infinitos]

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