segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

ela tem olhos de prender borboletas no infinito

tantas,
amarelas, escarlate
coloridas

presa no estômago da Íris
vermelha como antes a..
pintas pretas

[toda vez que eu piscava Ela,
gozava]

asa-pombagira
de olhares que... asa nua
asa-com-nome
[da que escolheu ser sem destino]

mas eu gostava ela pura de si mesma
desmontando o ar em dois, que nem se sabia
tão despertencida que de Água, de Fogo, de Terra
mas nunca isso que se é
[prisioneira de si mesma]

]deus nos livre
as pedras do nome - ela dizia-
categoria do que se é, sem poder ser o que se pode ser
preso no agora Nada,] 

infinito 
infinito
prisão
gozo
[derrelição[

[tão linda que nem se sabia.. quando eu a amava
como sempre ela nunca me soube
quando me amava - mas se tem nome quando se ama - não sei como]

era assim
a nossa hisória de não encontro:
eu emprestava meus vestidos pro vento
que não era dela
os raios vindos desde o ventre de minha mãe
que também é dela
girávamos em nós sem nos tocar inteiras

meu beijo eletrizava suas asas, que nem era dela
e ela começava a me dançar
o movimento que nem era meu

[amor amor]

tocava uma vibração de vulcões
no salão dourado
tuas asas se lançavam sobre mim
como se fosse nossa
na transa suave do invisível de me olhar
 e não ver nada
nos perdíamos
porque a transa sim era nossa

e foi a única vez que senti amor

sorria
me olhava e sorria
e não me via
eu gargalhava e também não era ela

porque tem coisas que são daqui
[mas tem coisas que não são]
isso de gozar de olhos bem abertos
isso de não esperar que se seja o que se é
isso de abrir os olhos e ver o que se é: Nada
dançando o Todo

porque se for para amar o que É
eu já te amaria sem te existir
porque eu te amaria na primeira foto
para sempre
nunca mais nenhum sorriso escorrendo
de nossas vidas

eu amaria o escuro, se eu te amasse hoje
ou a brancura da loucura

mas acontece que eu gosto
muito das cores
que você não tem
mais

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