terça-feira, 27 de março de 2018

a morada do Veio

mas ele estava chegando

sentia o cheiro de sua camisa larga
branca

os olhos perdidos em imensidões
dos meus
lugar nenhum
onde sempre sempre sempre
habitamos quando estamos um pouco só

a boca encharcada de Iemanjá
enquanto dizia para alguém que ainda é tempo de Poesia

ele falou Tupã, e eu ouvi
antes mesmo de sua chegada

trovejei
também se diz que é assim que se cumpre o amor da tempestade
com o mar

eu vim de lá,
de onde não sei e ele é

ele vem daqui
de onde não sabe,
e vem

um só Veio
pairado no canto secreto das ausências

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