sinto meu olhar
um desfolhar de
piscadas exigentes
sem cor
desejo de ver-te além
dos pássaros do poema
verter os sentidos
as muralhas derramadas sob minhas pálpebras fechadas
sem nome
esse revés re.vela.do
[tua vinda queimando a fotografia
das minhas costas enquanto te revivo aos piscares]
miro o desconhecido da sua pele
quanto corpo sob o não-corpo
miro o que não se revela
sua folha nascendo sob meu poema
o papel do teu nome
rasurado na altura do meu desfolhar
a tua boca murmurando o silencio que se instalou
a vértebra macia que se estica do
invisível
sob meus olhos fechados de tanto
te olhar
te olhar: essa procura
y como se me coubessem azuis
acreditar no tempo vermelho
este templo sussurrado em estrelas no céu
uma luz seguindo o vazio
y segurando-o em existência imaginária
eu-jupiter-plutão
sem perde-la
a sussurrar nebulosas
enquanto escrevo
esta chuva ainda nos meus olhos
enquanto chove no meu quarto
y ainda que te perca,
soprar mais este
te-amo
entre as galáxias
sob as gotas que se desmancham em
novo infinito
ainda que te perca,
piscar uma única
nua
vez
metricamente nada
ainda que o caos me absorva
de novo
y de novo
desfolhar-te-me
y levar ao infinito
a palavra-lugar
donde vives segredada
infiniteza
é o nome que te tenho nos dedos, escorrida como um banho que me batizo]
promessa: os meus olhos tamborilam
o tempo
como se te perdesse para te encontrar
ainda que te procure entre as pedras y folhas y fomes
peço
que não venhas nunca,
para que eu te encontre
no céu de alguma
de alguém
de
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