que fácil seria para mim percorrer-me ao caminho do teu verso
das tuas frações de almas
e alma decantada
à altura
que fácil seria entregar assim o bilhete
sem data, o bilhete com sono
o bilhete
também seria fácil chorar estas palavras
seria fácil contar o que não é tão claro
porque é fácil contar
e se apropriar das verdades
aquela noite
aquela noite um milhão de partículas
o Nada, o Absurdo
se apoderou sobre meu corpo-micro
e me fez dançar com nosso Amor
[desculpa se ainda falo nosso, dito a verdade]
por dentro
um milhão de raios fracionados às teorias,
ao Nome no verso do e-mail,
um milhão de partículas invasoras já anunciavam uma pequena morte
[a minha]
a chuva só caia lá fora
nenhuma gota de partícula me escapou a você
tampouco me deixei ao descuido de dormir para passar
doía, mas ao mesmo tempo não doía mais
nada...
expelida por dentro do teu verso macro
eu matei acordada uma beleza
e isso é que não sei,
que matei
e como é fácil transformar em versos,
e como só cabe nos transformar nele
eu não transformo
aqui também não arredo um fio de cabelo do meu desejo,
para que descansemos em paz
esta noite
só
mais esta noite
eu não conto o que me existe dentro do Dentro do verso
porque não tem mais jeito o meu verso sem você